Desbafo: tranquem seus armários!

Hoje não vou falar sobre nenhum perfume. Vou falar sobre o sumiço de perfumes. Sim... sumiço de perfumes de dentro da minha casa, mais especificamente de dentro do meu guarda-roupas.

Sou amante de perfumes há tempos - falo e escrevo sobre perfumes. São minha paixão. Todos foram conquistados com muito trabalho, pois não sou milionária. Tenho que trabalhar duro e honestamente para conseguí-los.

Infelizmente, fui arrumá-los e fotografá-los para catalogar e percebí a falta de nada mais nada menos que 6 perfumes. São eles:

- Champs Elysées - Guerlain (falei dele esses dias atrás aquí no Blog)
- Amarige - Givenchy (o mesmo usado no dia do meu casamento)
- Vera Wang EDP (só se encontra em lojas virtuais estrangeiras, uma dor de cabeça para conseguir)
- Hot Couture EDP - Givenchy
- DKNY Night - DKNY (descontinuado)
- Jacomo for Her - Jacomo (meu preferido...)

DKNY Night descontinuado, Champs Elysées e Vera Wang chatos para encontrar aquí no Brasil, principalmente o Vera Wang. Só dor de cabeça.

Moral da história: além do prejuízo financeiro, a sensação de impotência, de ser traída por alguém a que confiava minha casa e meus gatos, de ser tratada como uma perfeita idiota. De ser desrespeitada e ainda pagar por isso. Dentro da minha casa. Vivendo e aprendendo.

Por isso fica o alerta: a gente nunca conhece quem colocamos dentro de casa, apesar de boas referências. Pelo sim e pelo não, tranquem seus armários, deixem seus objetos de valor (seja financeiro ou emocional) protegidos e em total segurança. 

Como diria minha avó, o seguro morreu de velho...

Gostei da idéia... rsrs

Quero: Paula - Cahen d'Anvers

Estava eu perambulando pelas ruas de Buenos Aires quando me deparei um um perfuminho chamado Paula, da marca Cahen d'Anvers, argentina. Tinha em tudo quanto era farmácia e perfumaria local e o precinho estava em torno de 40 reais o de 100 ml. Pensei comigo: deve ser uma coloniazinha sem vergonha, dessas que a gente não dá um vintém.

Um belo dia resolví borrifar no meu pulso. Dei uma borrifada bem generosa, não dei muita bola e saí bater perna. Não é que o bichinho é bom? Moral da história: fui embora, acabei não comprando e agora desejo fortemente...

Cahen d'Anvers é uma grife de moda argentina, que tem lojas próprias espalhadas pelos shoppings portenhos. Mas os perfumes são encontrados em tudo quanto é lugar, é bem popular por lá.

Para quem tem interesse de saber uma pouco mais da marca: http://www.paulacahendanvers.com.ar/index.php

Quanto ao perfume, há pouquíssimas referências na net, nada na Fragrantica. Mas encontrei algo sobre as notas: bergamota, limão, sálvia, cedro, âmbar, sândalo e fava tonka.

Só posso dizer uma coisa: esse Paula é uma delicinha! Abre cítrico, a nota de sálvia dá um up no quesito frescor e originalidade. Segue a evolução extremamente confortável, uma mistura interessante de madeiras e tonka bem harmônica. Cheirinho de limpeza, aconchego, colinho. Fixou umas 4 horinhas no meu pulso, achei a fixação digna pelo preço. Uma belezinha. Não me remeteu à nenhum que eu conheça.

A marca possui outros perfumes lançados, todos no mesmo estilo de frasco e embalagem. Fiquei curiosa para conhecê-los.

A parte triste é que só se encontra a marca pelas bandas argentinas. Para quem for viajar para lá, fica a dica.

She Wood Velvet Forest Wood - Dsquared²

Quando ví as notas e o nome desse perfume quase enlouquecí. Fiquei mais maluca ainda quando lí que o comparam com o Eau de Lierre da Diptyque. Parecia ser tudo aquilo que eu procurava: cheiro de floresta, com suas plantas nativas, flores, folhas, medeiras, água... enrolei horrores para comprá-lo até que conseguí um cupom de desconto bem interessante em uma loja virtual que foi a deixa para adquirí-lo.

Dsquared² é uma grife canadense, fundada pelos gêmeos Dan e Dean Caten, que em 1991 partiram para a Itália e lançaram sua primeira coleção de moda masculina com o apoio da Diesel. Lançaram sua primeira coleção feminina em 2002 e lançaram seu primeiro perfume, He Wood, em 2007 e sua versão feminina, She Wood em 2008. A grife é conhecida por seus desfiles extravagantes, com participação de algumas celebridades.

Nunca fui com a cara da marca, lembro que sentí o She Wood há séculos atrás e não achei nada demais, de modos que nada que a grife lançava me chamava atenção, até saber da existência do She Wood Velvet Forest Wood e sua proposta de "ser uma fragrância  para uma mulher vivendo e respirando no ritmo da natureza"... (será?)

Irmãos Caten - quem será Dean? E Dan?

She Wood Velvet Forest Wood foi lançado em 2009 e foi criado por Alberto Morillas e Daphne Bugey. É definido como um floral verde amadeirado (flores onde estão vocês? Só sinto as folhas...). Apesar de classificado como feminino é tranquilamente compartilhável. Alguns até o acham mais masculino pelas notas verdes e amadeiradas pungentes.

Notas: folha de violeta, agulhas de pinho, almíscar, gálbano, folhas verdes (quais?), notas florais (quais? Que raiva disso!), cedro, vetiver, patchouli e âmbar.

Trata-se de um perfume totalmente verde, amadeirado, que em minha pele evidenciou bastante as agulhas de pinho, gálbano, almíscar e cedro. Não sentí nenhuma nota floral. O âmbar aparece tímido.

She Wood Velvet Forest Wood é uma explosão verde confusa, não conseguí diferenciar as etapas da evolução. Em mim ficou totalmente linear. Fixação triste, acho que durou cerca de 2 a 3 horas em minha pele. Agradável, bom para os dias quentes de verão, inofensivo e fresquinho. E paramos por aquí.

Não posso esconder minha decepção, achava que seria um perfume mais rico e elaborado, mas na verdade o achei simples, linear, pouco interessante. Digo o mesmo no quesito embalagem e frasco. Definitivamente não vou com a cara da marca.

Infelizmente, ainda procuro meu cheiro de floresta ideal... quem sabe será o Eau de Lierre da Diptyque?

"Sou folha, a imensidão da floresta, esperançoso olhar, esperando te encontrar...

Os passarinhos gorjeiando lá fora, são meus cúmplices em perseverar a entoar o meu canto de amor para te inebriar; a distância é rompida quando resolvo ter asas e voar; pairando alto sobre tí, a sonhar!"

Aimara Schindler

Champs Elysées - Guerlain

Sou maluca pela Guerlain, se pudesse teria tudo da marca. Tudo o que Guerlain faz me interessa. A tal nota "guerlinade" me pegou. Champs Elysées está entre meus preferidos da marca.

Podia ficar discorrendo sobre a história da grife, fato que renderia um post. Hoje vou me ater somente ao meu querido Champs Elysées, que foi um dos poucos perfumes que conseguí repôr (dá para contar nos dedos: Poême e Extravagance também mereceram um segundo frasco).

Champs Elysées leva o nome da famosa avenida francesa, onde situa-se a não menos famosa loja da Guerlain. Sonho para aficcionados em perfumaria como eu...

Avenida Champs Elysèes - Paris

Meu primeiro Champs Elysées foi EDT, o segundo, EDP. Mais à frente vou falar da diferença dos dois.

Champs Elysées foi criado em 1996 por Jacques Guerlain e Jean Paul Guerlain.

Notas:

Saída: groselha preta, melão, amêndoa, pêssego, violeta e anis
Coração: peônia, mimosa, rosa, hibisco, lilás, lírio do vale, amendoeiras em flor
Base: sândalo, baunilha, benjoim, cedro e almond tree (não me pergunte sobre isso, rs)

É definido como floral-frutal. Para mim é um floralzão opulento, daqueles que eu gosto... fixa que é uma beleza, deixa rastro, impregna tudo... possui uma riqueza de notas invejável. Notas, que lendo a composição não imaginamos o que a mistura pode resultar. Uma infinidade de flores, frutas suculentas, madeiras e baunilha. Você pode pensar em algo muito doce e enjoativo... aí que você se engana! Apesar da "salada" de componentes, a composição é muito equilibrada e deliciosa. Detesto perfume doce, Champs Elysées equilibra notas adocicadas com perfeição. As frutas e a baunilha aparecem para deixar as flores mais brilhantes. Uma nota predominante e adorável é a nota de amêndoa. Aquí a amêndoa aparece em todas as fases na evolução do perfume, mas já adianto que não é aquela amêndoa gourmand, e sim o cheiro da amêndoa crua, bem natural. Sinto melão, bem dosado com o pêssego e a amêndoa e apenas um tiquinho de anis. O coração floral logo dá as caras e para mim, a mimosa é a rainha dominante, seguida pela rosa e lírio do vale. Base quente com sândalo e baunilha aquecendo a obra.

Recomendo Champs Elysées para os amantes de florais ricos e pungentes. Faz a linha dos floralzões lançados nos anos 80/90 (estilo que amo!). Quem ama fragrâncias discretas, esqueça de Champs Elysées! Ele é aparecido e imperativo. Bom usar com parcimônia. No calor o cuidado é redobrado.

Como comentei lá em cima, tive o EDT e atualmente tenho o EDP. O cheiro não muda, as notas são as mesmas. O campeão para mim é o EDT. Exala demais! O EDP é bem mais intimista e rente à pele. Em mim, por incrível que pareça, o EDT fixa mais. Usava à noite e acordava com o travesseiro exalando Champs Elysées. O cabelo ficava perfumado... enfim o EDT impregnava tudo: roupa, cabelo, namorado... rsrs. Já o EDP é mais ameno, menos "cheguei" e a fixação em mim girou em torno de 6 horas. Quando meu EDP acabar, certamente vou comprar o EDT. Mas essas impressões são baseadas em minha pele, que é uma coisa triste para fixar.

Guerlain - Avenue des Champs Elysées - Paris

Acima, a afamada Guerlain da Avenida Champs Elysées: paraíso perfumístico...